quarta-feira, julho 15, 2009

Deu no O Globo - Site do Ministério do Trabalho causa constrangimento a usuário

Quando o economista Marcos Costa entrou no site do Ministério do Trabalho e Emprego para consultar o andamento da sua solicitação do Seguro Desemprego e viu as letras dispostas na tela pelo sistema de verificação humana captcha, achou que se tratava de uma piada de mau gosto. A palavra que deveria ser digitada para que a pesquisa continuasse era "vagabundo". Ofendido, o economista, que estava desempregado há um mês, escreveu para o Eu-Repórter, a seção de jornalismo participativo do jornal O GLOBO. "Se é uma forma de evitar consultas por robôs, tudo bem. Mas ter a infeliz ideia de colocar essa palavra numa consulta que será feita por alguém que está desempregado é um desrespeito. Lembro que o PT não gostou quando o (ex-presidente) Fernando Henrique chamou os aposentados com menos de 50 anos de vagabundos. Agora, o atual governo faz o mesmo com quem está desempregado no meio de uma crise econômica mundial?", questionou. Uma busca no site do ministério pode oferecer outras surpresas. "Potranca", "frouxo", "perua" e "saliente" são palavras que podem tornar a consulta do Seguro Desemprego, no mínimo, curiosa. O aplicativo utilizado pela Datamec, empresa terceirizada que presta serviços para o ministério, apresenta na tela uma folha semelhante a um caça-palavras com códigos circulados, dos quais apenas um forma uma palavra em português. O usuário deve identificá-la e digitá-la. A geração dos códigos se dá de forma aleatória, a partir de um repertório composto por aproximadamente quatro mil palavras coletadas de um dicionário eletrônico. O ministério informou que pediu à empresa que elimine do dicionário palavras que sejam consideradas ofensivas ou palavrões. Para a gerente de Tecnologia da Informação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Suraya Pires Daltro, a situação é inaceitável num site de tamanha visibilidade, como o de um ministério: - Por mais que tenha sido sem querer, eles têm que prever estas ocorrências. Na opinião do diretor da Hostnet, empresa de hospedagem de sites, Kauê Linden, este tipo de problema pode ser facilmente evitado com a utilização de filtros, ainda mais num universo limitado, em termos de tecnologia, como o de quatro mil palavras. Ele alerta, no entanto, que a questão vai além do constrangimento. A utilização de códigos que misturam letras e números, e exigem que o usuário digite apenas as vogais, por exemplo, garante a maior segurança do sistema, que não é 100% seguro e ainda pode ser burlado por robôs.

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